Quando voltei da Índia muitas pessoas comentaram que ‘viajaram comigo através dos meus posts’. Cada um fez a ‘sua viagem’, cada relato tocou de um jeito diferente o outro. O que me surpreendeu foi perceber que a Índia deixa marcas e nos gera reflexões e emoções profundas.
Não é fácil explicar o que me fez gostar da Índia pois é uma país tão complexo quanto o ser humano, e talvez tenha sido exatamente por isso que essa viagem tenha me impactado tanto. Te convido a viajar um pouco comigo pela Índia através desse texto.
Delhi foi a minha porta de entrada na Índia. Um país cheio de contrastes, pobreza material com nobreza de espírito, o concreto das construções convivendo com o colorido dos sarees – roupa típica feminina. A ancestralidade segue presente nos hábitos dos moradores das metrópoles modernas, mas nada me foi mais arrebatador do que ser cumprimentada dia e noite, do faxineiro ao gerente do hotel por um namastê – cumprimento com mãos em forma de prece que significa ‘o divino em mim reconhece e saúda o divino em você’. Sim somos todos humanos, seres divinos e nós saudamos, compartimos o mesmo espaço neste planeta.
Taj Mahal é um monumento dedicado ao amor do imperador Shah Jahan por sua esposa Mumtaz. Depois da morte da esposa dedicou 22 anos a construir o maior e mais belo palácio para abrigar a tumba de sua amada. Cada detalhe das paredes é um gesto de amor, são 35 tipos de pedras preciosas incrustadas nas paredes do palácio, fruto de um trabalho artesanal e minucioso de décadas. A incidência do sol faz algumas paredes brilharem. É uma visita arrebatadora, uma emoção a cada passo e a cada ângulo.
Depois de Agra onde viveram os imperadores ou sultãos muçulmanos chegamos em Jaipur, onde os Maharajas hindus reinaram e governaram. Aqui a arquitetura muda e percebemos a presença das deidades hinduístas. O governo Maharaja é passado de geração para geração e formam parte importante da história do país.
No meio do caminho tinha um casamento indiano. Na tradição do país, o noivo, montado num elefante, e seus convidados, vão em cortejo pelas ruas até o lugar da celebração onde a noiva e seus convidados os esperam. A celebração pode durar até uma semana. É uma festa colorida e vibrante! Foi uma das surpresas mais incríveis da viagem.
Conhecemos na Índia a produção artesanal de tecidos, tapetes, joias e artesanato em pedras e mármore. A tradição é passada de pai para filho e é parte do sistema de castas. É um sistema bastante complexo determinado por tipo de ofício, território, família e outros. Os Maharajas pertenciam a castas de guerreiros; a casta mais alta era dos brâmanes, espiritualistas. As castas foram estruturantes da sociedade hindu por mais de 2 mil anos. Hoje, com a democracia e a ascensão das classes sociais perdeu força, mas ainda influencia o modo de vida indiano. Conhecer a Índia é adentrar num universo a parte, paradoxal e belíssimo.
Em Udaipur fomos recepcionados com pétalas de rosas e experimentamos um jantar à luz de velas, regado à dança e música tradicional. A cidade foi fundada pelo Maharana Udai, pur significa cidade, e é conhecida como a Veneza da Índia ou a cidade do amor.
Mumbai é certamente a cidade mais contemporânea da Índia e uma das mais populosas do mundo. Ali o trânsito de carro, bicicletas e humano é sempre denso, porém cheio de peculiaridades assim como suas construções e o jeito de viver. Mumbai é uma intensa fusão de oriente com ocidente.
Ali conhecemos mais sobre a vida de Gandhi que ensinou ao mundo como lutar sem armas, como é possível tocar as duas polaridades – guerra e paz – no mais perfeito equilíbrio. Talvez um dos mais emblemáticos aspectos da Índia seja seu movimento constante entre polaridades e contrastes que diz tanto sobre a nossa condição humana.
Preparado para desvendar a Índia e se desvendar através dela?
Em breve roteiros Wellness Special Trip para a Índia!
Claudia Taddei – Consultora Wellness