Por Claudia Taddei consultora de bem-estar

Às paisagens variadas que observamos ao longo do dia, nosso cérebro reage de forma distinta. Há décadas neurocientistas estudam os efeitos dos estímulos visuais sobre a atividade cerebral. Eles descobriram que padrões de listras e linhas retas em nosso cotidiano provocam grande atividade de neurônios visuais, deixando nosso cérebro hiperestimulado e tenso. A semelhança com a paisagem das cidades não é mera coincidência, propositalmente ou não nas cidades nosso campo visual afeta a produção cerebral.

Não é à toa, portanto, que quando sentimos necessidade de descansar ou pensamos num lugar calmo nos vem à mente a imagem de uma linda paisagem natural; de uma cabana em meio a uma floresta silenciosa, do sombreado de uma árvore num parque, de um horizonte permeado por montanhas ou mesmo de um fim de tarde na praia observando as ondas se formando e se esparramando no chão de areia.

O cérebro busca em seu repertório imagens que nos acalmam e isso segundo os neurocientistas não acontece à toa, de fato as curvas próprias das paisagens naturais trazem uma sensação de repouso. Nesse estado de tranquilidade nossa mente se aquieta da profusão de pensamentos, nosso ritmo cardíaco desacelera e o corpo relaxa. O que nossos olhos veem ou ‘ingerimos com os olhos’ nos afeta. A paisagem que nos rodeia nos alimenta gerando uma série de sensações e desencadeando reações corporais que se desdobra em efeitos cíclicos. Quanto mais nos ‘alimentamos’ de algo que nos gera efeito de tranquilidade mais calmos ficamos e vice-versa.

Uma viagem pode nos permitir desacelerar e aos poucos nos deixarmos ser afetados por uma paisagem e um ritmo de atividades que nos conduza a um estado interior de calma e tranquilidade. E por que não voltarmos para nossa rotina procurando encontrar o ritmo que nos é saudável e nos promove bem-estar?